1. |
Quando Eu For Grande
05:26
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Caibo no meu corpo inteiro
Se a seu tempo primeiro
Tudo me cair ao colo
Que também posso o mundo inteiro
A começar por janeiro
Se não for pedir muito
Sujeito passivo
Lugar de passageiro
Mesmo que eu quisesse
Não sei ir a direito
Sujeito passivo
Lugar de passageiro
Mesmo que eu quisesse
Não sei ir a direito
Não sair a direito
Quando eu for grande
O suficiente
Eu vou fazer tudo
O que a gente grande faz
Quando eu for grande
O suficiente
Eu vou fazer tudo
O que a gente grande faz
Quando eu for grande
O suficiente
Eu vou fazer tudo
O que a gente grande faz
Quando eu for grande
O suficiente
Eu vou fazer tudo
O que a gente grande faz
Se eu só sei por defeito
Porque é que falo de tudo
Com tanto cuidado e jeito
Se eu só sei por defeito
Porque é que falo de tudo
Com tanto cuidado e jeito
Ai que este coração está na boca
Na boca
E tropeça, tropeça e não cai
Quando eu for grande
O suficiente
Eu vou fazer tudo
O que a gente grande faz
Sem ter coração na boca
Que me faça nascer torta
Quando eu for grande
O suficiente
Eu vou fazer tudo
O que a gente grande faz
Sem ter coração na boca
Que me faça nascer torta
Quando eu for grande
O suficiente
Eu vou fazer tudo
O que a gente grande faz
Sem ter coração na boca
Que me faça nascer torta
Quando eu for grande
O suficiente
Eu vou fazer tudo
O que a gente grande faz
Sem ter coração na boca
Que me faça nascer torta
Que me faça nascer torta
Que me faça nascer torta
Que me faça nascer torta
Que me faça nascer torta
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2. |
Nada Quer Dizer Nada
04:03
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Claro que estou disponível
Para jogar à apanhada
E fingir que não é nada
Claro que estou disponível
Para jogar à apanhada
E fingir que não é nada
Só a atenção
da minha frustração
Tudo muito pouco de consequente
É sempre em frente
que não há tempo
para rever cada gesto
nem tudo é manifesto
Subo-te ao colo e peço-te tudo aos bocados
Subo-te ao colo e peço-te tudo aos bocados
Aos bocados
Aos bocados
Nada quer dizer nada
Tudo é só aquilo que é
E cá rodo em volta do mesmo café
Que já veio frio
Talvez eu goste
um pouco mais
do que eu queria gostar
Apesar da minha intenção inicial
de não ficar
Um pé dentro e outro fora
e vamos embora
a lado nenhum
Talvez eu goste
um pouco mais
do que eu queria gostar
Nada quer dizer nada
Tudo é só aquilo que é
E cá rodo em volta do mesmo café
Que já veio frio
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3. |
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Caros amigos venho aqui anunciar
Que os vários pedidos para a vida habitar
Foram negados pelo consórcio dos deuses
Que isto é só para quem quer trabalhar
Trabalhinho é muito lindo dá experiência e sai se assim
Experienciado faz-se com isso belo refogado
E ainda sobra para pagar a luz
Já viste que sorte a tua deixa de ser parvo e de andar na rua
Faz hoje 2000 anos que o mundo não muda
Faz hoje 2000 anos que és uma burra
E tu queres o quê se está tudo mal,
Ter uma casa ou sair no jornal
Baza daqui e deixa fazer quem sabe fazer
Onde já se viu pedir para viver
Onde já se viu pedir para viver
Onde já se viu pedir para viver
Cuidado que vem aí cão
Brincar com o meu direito à habitação
Salta cão salta que não te falte nada
Salta cão salta é para isso que te pagam
Cuidado que vem aí cão
Brincar com o meu direito à habitação
Salta cão salta que não te falte nada
Salta cão salta é para isso que te pagam
Brincar à coletividade
Com tanta individualidade
Com estágio profissional
A fazer-se gente e tão contente
E tu aí abismado
Com essa cara de parvo
A queixares-te para todo lado
Que te dói oh, que te dói
Pensa na positividade
Se queres ser bom
Podes dar para a caridade
Com um pouquinho de meditação
É remédio são para essa tua devoção
Que isto dou-te mais uns anos
E mudas todos os teus planos
Que quando eu era da tua idade
Também era tudo calamidade
E olha se é, é para ficar
No fim ainda vais beneficiar
Se tudo parares de andar aí a questionar
Cuidado que vem aí cão
Brincar com o meu direito à habitação
Salta cão salta que não te falte nada
Salta cão salta é para isso que te pagam
Cuidado que vem aí cão
Brincar com o meu direito à habitação
Salta cão salta que não te falte nada
Salta cão salta é para isso que te pagam
Isto é descontar para a segurança social sempre a eito
Olhos no amanhã e um dia acordas de manhã
E nem te lembras das cordas que tens presas aos pés
E pões assim um look casual nem muito sério nem muito desgraçado
Num intermédio que não dê nas vistas nem doa na vista
Sê tu próprio dentro da lista de próprios que se pode ser
Assinado e ratificado em assembleia semanal
Por pessoas que sabem o que andam aqui a fazer e tu não
Há pessoas que sabem o que andam aqui a fazer e tu não
Ou não
Só sabem porque têm atrás um cão
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4. |
Os Pratos Pesam Tanto
05:20
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Custa votar de nada serve
Mais do que isso tenho a loiça por lavar
E a água ferve
Queima-me as mãos
E dói-me sempre aqui
Sabes, à beira da coluna
É do trabalho
Ou a vida que não ajuda
Ou ajuda, é de mim
Sempre aqui à beira da coluna
Os pratos pesam tanto
E ninguém ganhou
Quanto mais cedo comodificado mais
Cómodo fica, mais surplus sobrou
Os pratos pesam tanto
E ninguém ganhou
Toda a minha propriedade
É tabaco no fundo do bolso
Que foi caindo e ficando
E faço disto o meu poço
Toda a minha propriedade
É tabaco no fundo do bolso
Que foi caindo e ficando
E faço disto o meu poço
Não tenho tempo para voltar à escola
Aprender de novo a jogar à bola
Então bato à porta
Como se fosse nada comigo
Então bato a porta
Como se fosse nada comigo
“Com licença posso entrar
Eu peço desculpa
Não contava de aqui estar,
Mas olhe, tem algo que se arranje para mim?
Eu ponho a mesa se precisar
Eu faço o que toda a gente faz
A mesa, se precisar
Eu faço o que toda a gente faz”
Toda a minha propriedade
É tabaco no fundo do bolso
Que foi caindo e ficando
E faço disto o meu poço
Toda a minha propriedade
É tabaco no fundo do bolso
Que foi caindo e ficando
E faço disto o meu poço
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5. |
Chaves da Porta
04:00
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Eu sou a favor
Das coisas com cor
E não me peçam nada
Que eu não queira dar
E faço aquilo que quero
Porque posso e é sincero
Da janela do meu quarto
Já vi tudo e mais um tanto
Da janela do meu quarto
Já vi tudo e mais um tanto
Eu levanto me do meu sofá
Por quem me queira pegar
Eu levanto-me do meu sofá
Por quem me queira pegar
Peço as chaves da porta
Sem nunca pedir sequer para entrar
Dou as minhas chaves de entrada
Sem nunca saber se vão perguntar
Eu tenho amigos em todo o lado
E sem eles eu não sou nada
Eu tenho amigos em todo o lado
E sem eles eu não sou nada
Eu tenho amigos em todo o lado
Eu tenho amigos em todo o lado
Tudo pelo coletivo
Tudo que celebre o estar vivo
Que eu não peço nada
Que eu não peço nada
Que eu não queira dar
Eu tenho amigos em todo o lado
E sem eles eu não sou nada
Eu tenho amigos em todo o lado
E sem eles eu não sou nada
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chica Lisbon, Portugal
uma minhota em lisboa
contacto:
teresa.serra.nunes@maternidade.org
instagram: @chica.rib
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