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Cada Qual no seu Buraco

by chica

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xupt Letra atual. genuína e com humor refinado. Música de intervenção moderna que toca a um emigrante Favorite track: Chaves da Porta.
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    Escrito entre o Minho e Lisboa à sombra do desencantamento de quando se bate com o nariz na porta da vida adulta, Cada Qual no Seu Buraco é o registo de chica dessa decepção, mas também da realização de que atrás de tempos vêm tempos e outros tempos hão de vir (Fausto): a gestão diária entre a sobrevivência na engrenagem e o desprezo que lhe temos são obrigatórios para quem sabe que há muito mais.
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1.
Caibo no meu corpo inteiro Se a seu tempo primeiro Tudo me cair ao colo Que também posso o mundo inteiro A começar por janeiro Se não for pedir muito Sujeito passivo Lugar de passageiro Mesmo que eu quisesse Não sei ir a direito Sujeito passivo Lugar de passageiro Mesmo que eu quisesse Não sei ir a direito Não sair a direito Quando eu for grande O suficiente Eu vou fazer tudo O que a gente grande faz Quando eu for grande O suficiente Eu vou fazer tudo O que a gente grande faz Quando eu for grande O suficiente Eu vou fazer tudo O que a gente grande faz Quando eu for grande O suficiente Eu vou fazer tudo O que a gente grande faz Se eu só sei por defeito Porque é que falo de tudo Com tanto cuidado e jeito Se eu só sei por defeito Porque é que falo de tudo Com tanto cuidado e jeito Ai que este coração está na boca Na boca E tropeça, tropeça e não cai Quando eu for grande O suficiente Eu vou fazer tudo O que a gente grande faz Sem ter coração na boca Que me faça nascer torta Quando eu for grande O suficiente Eu vou fazer tudo O que a gente grande faz Sem ter coração na boca Que me faça nascer torta Quando eu for grande O suficiente Eu vou fazer tudo O que a gente grande faz Sem ter coração na boca Que me faça nascer torta Quando eu for grande O suficiente Eu vou fazer tudo O que a gente grande faz Sem ter coração na boca Que me faça nascer torta Que me faça nascer torta Que me faça nascer torta Que me faça nascer torta Que me faça nascer torta
2.
Claro que estou disponível Para jogar à apanhada E fingir que não é nada Claro que estou disponível Para jogar à apanhada E fingir que não é nada Só a atenção da minha frustração Tudo muito pouco de consequente É sempre em frente que não há tempo para rever cada gesto nem tudo é manifesto Subo-te ao colo e peço-te tudo aos bocados Subo-te ao colo e peço-te tudo aos bocados Aos bocados Aos bocados Nada quer dizer nada Tudo é só aquilo que é E cá rodo em volta do mesmo café Que já veio frio Talvez eu goste um pouco mais do que eu queria gostar Apesar da minha intenção inicial de não ficar Um pé dentro e outro fora e vamos embora a lado nenhum Talvez eu goste um pouco mais do que eu queria gostar Nada quer dizer nada Tudo é só aquilo que é E cá rodo em volta do mesmo café Que já veio frio
3.
Caros amigos venho aqui anunciar Que os vários pedidos para a vida habitar Foram negados pelo consórcio dos deuses Que isto é só para quem quer trabalhar Trabalhinho é muito lindo dá experiência e sai se assim Experienciado faz-se com isso belo refogado E ainda sobra para pagar a luz Já viste que sorte a tua deixa de ser parvo e de andar na rua Faz hoje 2000 anos que o mundo não muda Faz hoje 2000 anos que és uma burra E tu queres o quê se está tudo mal, Ter uma casa ou sair no jornal Baza daqui e deixa fazer quem sabe fazer Onde já se viu pedir para viver Onde já se viu pedir para viver Onde já se viu pedir para viver Cuidado que vem aí cão Brincar com o meu direito à habitação Salta cão salta que não te falte nada Salta cão salta é para isso que te pagam Cuidado que vem aí cão Brincar com o meu direito à habitação Salta cão salta que não te falte nada Salta cão salta é para isso que te pagam Brincar à coletividade Com tanta individualidade Com estágio profissional A fazer-se gente e tão contente E tu aí abismado Com essa cara de parvo A queixares-te para todo lado Que te dói oh, que te dói Pensa na positividade Se queres ser bom Podes dar para a caridade Com um pouquinho de meditação É remédio são para essa tua devoção Que isto dou-te mais uns anos E mudas todos os teus planos Que quando eu era da tua idade Também era tudo calamidade E olha se é, é para ficar No fim ainda vais beneficiar Se tudo parares de andar aí a questionar Cuidado que vem aí cão Brincar com o meu direito à habitação Salta cão salta que não te falte nada Salta cão salta é para isso que te pagam Cuidado que vem aí cão Brincar com o meu direito à habitação Salta cão salta que não te falte nada Salta cão salta é para isso que te pagam Isto é descontar para a segurança social sempre a eito Olhos no amanhã e um dia acordas de manhã E nem te lembras das cordas que tens presas aos pés E pões assim um look casual nem muito sério nem muito desgraçado Num intermédio que não dê nas vistas nem doa na vista Sê tu próprio dentro da lista de próprios que se pode ser Assinado e ratificado em assembleia semanal Por pessoas que sabem o que andam aqui a fazer e tu não Há pessoas que sabem o que andam aqui a fazer e tu não Ou não Só sabem porque têm atrás um cão
4.
Custa votar de nada serve Mais do que isso tenho a loiça por lavar E a água ferve Queima-me as mãos E dói-me sempre aqui Sabes, à beira da coluna É do trabalho Ou a vida que não ajuda Ou ajuda, é de mim Sempre aqui à beira da coluna Os pratos pesam tanto E ninguém ganhou Quanto mais cedo comodificado mais Cómodo fica, mais surplus sobrou Os pratos pesam tanto E ninguém ganhou Toda a minha propriedade É tabaco no fundo do bolso Que foi caindo e ficando E faço disto o meu poço Toda a minha propriedade É tabaco no fundo do bolso Que foi caindo e ficando E faço disto o meu poço Não tenho tempo para voltar à escola Aprender de novo a jogar à bola Então bato à porta Como se fosse nada comigo Então bato a porta Como se fosse nada comigo “Com licença posso entrar Eu peço desculpa Não contava de aqui estar, Mas olhe, tem algo que se arranje para mim? Eu ponho a mesa se precisar Eu faço o que toda a gente faz A mesa, se precisar Eu faço o que toda a gente faz” Toda a minha propriedade É tabaco no fundo do bolso Que foi caindo e ficando E faço disto o meu poço Toda a minha propriedade É tabaco no fundo do bolso Que foi caindo e ficando E faço disto o meu poço
5.
Eu sou a favor Das coisas com cor E não me peçam nada Que eu não queira dar E faço aquilo que quero Porque posso e é sincero Da janela do meu quarto Já vi tudo e mais um tanto Da janela do meu quarto Já vi tudo e mais um tanto Eu levanto me do meu sofá Por quem me queira pegar Eu levanto-me do meu sofá Por quem me queira pegar Peço as chaves da porta Sem nunca pedir sequer para entrar Dou as minhas chaves de entrada Sem nunca saber se vão perguntar Eu tenho amigos em todo o lado E sem eles eu não sou nada Eu tenho amigos em todo o lado E sem eles eu não sou nada Eu tenho amigos em todo o lado Eu tenho amigos em todo o lado Tudo pelo coletivo Tudo que celebre o estar vivo Que eu não peço nada Que eu não peço nada Que eu não queira dar Eu tenho amigos em todo o lado E sem eles eu não sou nada Eu tenho amigos em todo o lado E sem eles eu não sou nada

credits

released May 6, 2022

Música e Letras: chica
Arranjo: Bá Alvares, chica, Francisco nogueira, nëss, Samuel Dias
Voz: chica
Piano: chica
Contrabaixos: Bá Alvares, Francisco Nogueira
Guitarra: chica
Bateria: Samuel Dias
Trompete: Alexandra Moita
Trombone: Yuri Antunes
Segundas Vozes: nëss, Catarina Branco, Teresa Serra Nunes, Luís Severo, Bá Alvares
Produção: Luís Severo, chica
Mistura: Luís Severo, chica, Bá Alvares, Catarina Branco
Gravação: Eduardo Vinhas, Luís Severo
Masterização: Rafael Silva

Edição: Maternidade
Apoio: Fundação GDA

Grafismo: Teresa Serra Nunes
Fotografia: Catarina Branco e Teresa Serra Nunes
Direção Artística: Ana Isabel Dourado

Gravado em live take no estúdio Namouche, sopros gravados nos estúdios Cafetra, segundas vozes gravadas na casa do Severo. Agradecimentos ao Joaquim Monte e Bernardo Centeno pela ajuda no Namouche e à Branco e seus pais pelo espaço para trabalhar nas misturas.

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